Junho violeta: mês da conscientização do ceratocone

Junho violeta, é considerado pela Oftalmologia como o mês de conscientização e prevenção sobre o Ceratocone. O intuito é orientar a população sobre os riscos da doença. O ceratocone costuma surgir na infância, na adolescência ou no princípio da vida adulta. Uma doença que pode afetar ambos os olhos, atingindo a córnea, tornando a visão mais embaçada e irregular.

O que é o ceratocone?

O ceratocone é uma doença ocular que deixa a córnea do olho curvada para a frente. A principal característica do ceratocone é a redução progressiva na espessura da parte central da córnea, que é empurrada para fora, formando uma saliência com o formato aproximado de um cone. A córnea é uma estrutura transparente localizada na parte anterior do olho. Ela é responsável por proteger o restante do olho contra poeira e substâncias nocivas, além de regular a entrada da luz projetada na retina.

O ceratocone é uma doença rara, de caráter hereditário e evolução lenta e que se manifesta mais entre 10 e 25 anos. A progressão da doença é lenta, geralmente, e os sintomas, como visão desfocada e sensibilidade à luz, podem ser facilmente confundidos com outras doenças, como o astigmatismo. O ceratocone pode atingir os dois olhos de maneira assimétrica, ou seja, o distúrbio pode afetar mais um olho que o outro.

Causas e fatores doceratocone

Não existe apenas uma causa para o problema do ceratocone. Mas, existem fatores que podem facilitar o surgimento da doença. Por exemplo:

  • Coçar ou esfregar os olhos com frequência
  • Possuir condições alérgicas que instiguem a coçar o olho, como a rinite alérgica
  • Histórico familiar de ceratocone
  • Ser portador da Síndrome de Down ou da Síndrome de Ehlers-Danlos.

Sintomas do ceratocone

Há casos específicos em que o ceratocone não apresenta sintomas. Mas, quando aparecem, podem variar muito de acordo com a fase da doença. O sintoma mais característico, é a perda progressiva da visão, que se torna mais distorcida e borrada, tanto para longe quanto para perto. Além disso, para quem já trata algum erro refrativo, o ceratocone pode aumentar com frequência o grau ocular, sendo necessário adequar os óculos e as lentes de contato.

Conheça os sintomas que podem ocorrer:

  • Visão dupla (diplopia)
  • Sensibilidade à luz (fotofobia)
  • Surgimento ou aumento de astigmatismo e miopia
  • Dificuldades para enxergar à noite
  • Poliopia (percepção de múltiplas imagens de um mesmo objeto)
  • Coceira nos olhos
  • Dor de cabeça

Diagnóstico de ceratocone

Para que o diagnóstico da doença seja realizado, é necessário procurar um oftalmologista, para que seu histórico médico e familiar seja analisado. Exames oculares serão realizados para avaliar o estado de seus olhos e de sua córnea. Alguns exames como a topografia computadorizada da córnea, paquimetriacorneana e a tomografia computadorizada, são essenciais para confirmar o diagnóstico, avaliando também a progressão da doença e o grau de comprometimento da área afetada pelo ceratocone. Sendo assim, o tratamento terá início de forma imediata, por isso é muito importante ser avaliado pelo oftalmologista, além de fazer todos os exames necessários.

Graus do ceratocone

O ceratocone é dividido em 4 graus:

Grau 1 – Incipiente. A visão ainda é boa e há poucos erros refrativos;

Grau 2 – Moderado. O paciente já apresenta visão dupla ou múltipla, sendo necessário usar óculos e lentes de contato;

Grau 3 – Alto. Nesse estágio, o paciente já apresenta uma visão bastante afetada e a necessidade de cirurgia;

Grau 4 – Avançado. Em seu último estágio, o ceratocone é grave e raro, o paciente fica com a visão quase toda comprometida, necessitando de um transplante de córnea.

Tratamento do ceracotome

No início, quando a deformação da córnea não é grave, o uso de óculos é o bastante para a recuperação da acuidade visual. Mas, quando o ceracotome evolui, os óculos precisam ser substituídos por lentes de contato. Elas ajustam a superfície anterior da córnea e corrigem o astigmatismo irregular provocado pela deformidade.

Hoje, o tratamento do ceracotome conta com um avanço muito importante, o crosslinking, um procedimento cirúrgico, realizado através de um tipo de laser (luz UV) que consiste em raspar a superfície da córnea, aplicando um colírio à base de vitamina B2 (riboflavina) logo em seguida, e por fim um feixe de luz ultravioleta. É um procedimento rápido, realizado sob supervisão e anestesia local. Além disso, não é necessário internação e dá bons resultados na maioria dos casos. Uma outra opção de tratamento do ceratocone são os anéis intracorneais ou intraestromais, conhecidos como anéis de Ferrara. Eles são utilizados para regularizar a curvatura da córnea, quando os as lentes de contato e os óculos já não produzem mais o efeito esperado. Já o transplante de córnea só é indicado em casos mais graves, quando os pacientes não respondem bem às outras formas de tratamento. Esse procedimento substitui a córnea que está comprometida pelo ceratocone por uma outra saudável, sendo disponibilizada por um doador de banco de olhos. Raramente há casos de rejeição, mas caso aconteça algum problema, o transplante pode ser repetido.

Prevenção do ceratocone

Ainda não existe uma maneira comprovada de prevenir a doença. No entanto, é possível controlar a evolução do ceratocone tomando alguns cuidados, como evitar coçar os olhos, tratando a rinite alérgica, alergias dermatológicas e a asma, por exemplo, que podem causar coceira. É importante também, avaliar as condições de adaptação e higiene das lentes de contato, se for o caso. Agora, um cuidado essencial e fundamental, é se consultar regularmente com o oftalmologista, principalmente se há casos de doença na família. O oftalmologista poderá identificar a doença antes mesmo que o paciente perceba os sintomas.

Recomendações:

  • Crianças e adolescentes devem consultar regularmente o oftalmologista, principalmente se existir casos da doença na família. O diagnóstico precoce é fundamental para controlar a progressão da doença.
  • Algumas medidas simples podem ajudar a diminuir a vontade de coçar os olhos. Como usar colírios lubrificantes (lágrimas artificiais) se os olhos estiverem ressecados, aplicar compressas frias ou gelada nos olhos. Por fim, lavar pálpebras e cílios com xampu de PH neutro e soro fisiológico.

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